quarta-feira, dezembro 19, 2007

Quer ficar rico? Abra um cartório no RJ!


Reajustes podem passar de mil por cento, mas usuário não pagará mais por alguns itens

O Projeto de Lei 1.099/07 está tramitando na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) com a proposta de modificar e reajustar as taxas cobradas pelos cartórios. A medida pode afetar, por exemplo, quem se casar de papel passado no estado, pois haverá aumento das despesas de cartório. Caso a proposta seja aprovada pelos deputados estaduais, os casais terão que arcar com um aumento de 208%.
Os mais idosos, que recebem benefícios da Previdência Social, também podem ser afetados com os reajustes. Aqueles que precisarem nomear um representante legal terão uma correção de 485%. Outro exemplo: o procedimento de reconhecimento de firma pode ter uma alta de 971%. Uma autenticação de documento terá uma elevação de 792%.
O projeto de lei que reajusta as taxas de cartórios foi encaminhado à Alerj pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-Rio), Murta Ribeiro. Os reajustes podem passar de mil por cento para certos serviços, como registros de imóveis, porém, segundo a Corregedoria do TJ-Rio, as correções não serão tão altas porque o usuário não pagará mais por alguns serviços que hoje são obrigatórios. Se o projeto for aprovado na Alerj, o aumento das taxas vai pesar ainda mais no bolso de quem comprar um imóvel e registrá-lo em seu nome. Os percentuais de reajuste variam de 102 a 188%. No entanto, o projeto continua assegurando o desconto de 50% no caso de primeira aquisição imobiliária para fins residenciais, desde que o imóvel tenha sido adquirido pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH).

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Administração Holística: Empresas salvando o planeta


Isa Magalhães, jornal O Povo (Ceará)
Atualmente, devido à crise ecológica mundial nossa grande pergunta é: comoá nos relacionar com o planeta Terra para preservá-lo? Parar de ameaçar o planeta para garantir a vida e a existência de todos os seres que aqui convivem será o grande desafio dos próximos anos.

Acredito que a única resposta viável é buscarmos uma maneira de vida onde as condições não ameacem os que vivem no presente e os que virão no futuro. Ou seja, centrarmos nossa vida no respeito e na solidariedade para com todos os seres, humanos e não humanos, é a única saída viável. Mas como fazer isso? Como abrir mão de um estilo de vida consumista e predatório que desenvolvemos nos últimos séculos? Esse é o desafio mais difícil para os governos e nações, porquanto, isso só será possível através de uma ampla educação que conscientize profundamente a todos.

Quando colocamos a vida no centro de tudo, tornando-a o foco maior, geramos uma visão biocêntrica onde as questões existenciais tornam-se o ponto central. Daí nasce um novo projeto educacional que reconhece o ser humano em sua multidimensionalidade, (dimensões física, biológica, mental, psicológica, espiritual, cultural e social). Esse processo é o inicio da nossa integração interna com o meio ambiente externo. Somente a conscientização que vem de dentro é possível mudar algo fora.

Para alcançarmos esse desenvolvimento, precisamos da ajuda das empresas, hoje o maior poder no planeta Terra. E esse pensamento exige novas mudanças no perceber e pensar a vida, na gestão das empresas. Aqui entra a visão da Administração Antroposófica, uma palavra que vem do grego e significa "conhecimento do ser humano", uma nova postura que cria as condições necessárias para este momento delicado em que vivemos.

No pensar antropocêntrico, a consciência e a totalidade do que é vivo penetra no modelo administrativo e entende a empresa também como um ser vivo que se manifesta de muitas maneiras. Para que isso aconteça, a proposta é a formação e capacitação das lideranças segundo a metáfora ôde pontes®, ou seja, criar pontes entre as pessoas e os negócios. Pontes da identificação, para os colaboradores se identificarem com a cultura da empresa e sua missão; pontes da Motivação, do Respeito, da Dedicação e da Segurança, onde todos possam dar o seu melhor.

Essa visão leva a Responsabilidade Social interna que se estende além dos muros e toma a sociedade como um todo. Dessa forma, as empresas colaboram com a ecologia se percebendo como a principal agente de construção ou destruição do meio ambiente. áAfinal as empresas são entidades formadas por indivíduos que reproduzem suas ações humanas no mercado em que atuam e na sociedade em geral.

A abordagem da antroposofia no trabalho se diferencia por entender as organizações através de conceitos holísticos práticos, que podem ajudar a empresa a perceber seu verdadeiro papel na sociedade, com plena consciência de que quem faz acontecer as mudanças nas empresas são as pessoas que as compõem.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Trailer do novo filme Speed Racer


Dirigido pelos irmãos Warchowsky, que dirigiram Matrix, estréia prevista em maio de 2008.

Novas regras para TV por assinatura

Vivian Pereira Nunes, O Globo Online

RIO - Quem tiver contratado um serviço de TV por assinatura não precisará mais pagar para usar um ponto-extra (com decodificador) ou uma extensão a partir de junho de 2008, independentemente do tipo de plano ao qual aderiu.

Esta é uma das novas regras previstas pelo Regulamento de Proteção e Defesa dos Direitos dos Assinantes dos Serviços de Televisão por Assinatura, divulgado no final desta quarta-feira pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

As empresas de TV por assinatura terão 180 dias para se adequar às normas e mudar o relacionamento com os usuários dos 28,6 milhões de domicílios brasileiros atendidos pelo serviço.

Como conseqüência da divulgação do novo regulamento da Anatel para o setor, segundo analistas, as ações da NET foram destaque de queda nesta quinta-feira, com perdas de 7,21%, a R$ 24,58. Entretanto, não parece que as empresas prestadoras do serviço vão contestar o novo regulamento, que foi amplamente debatido, em diferentes instâncias, durante três anos.

A própria NET emitiu uma nota, por meio de sua assessoria de imprensa, informando que vai se adequar às novas normas no prazo estipulado. Entretanto, a empresa e outras companhias do setor já batalham contra decisões judiciais em vários estados que as proíbem de cobrar pelo ponto adicional e podem dar margem a indenizações aos consumidores que se sentirem lesados pelas cobranças passadas.
Quem quiser ponto-extra vai pagar só pela ativação do decodificador

O ponto-extra e a extensão não serão cobradas, entretanto, se o consumidor que contratou o serviço de TV por assinatura desejar que a empresa faça a instalação, terá que pagar por isso. Também terá que pagar, uma única vez, pela ativação de um novo decodificador.

O novo regulamento da Anatel garante ainda ao usuário o direito de pedir, sem custos, a suspensão do serviço por períodos entre 30 e 120 dias, uma única vez em um período de 12 meses.

Outros itens de destaque são o que prevê o pagamento, em dobro e em dinheiro, das quantias pagas em decorrência de cobrança indevida feita pela prestadora e o que estipula o abatimento do valor proporcional da assinatura em caso de interrupção do serviço superior a 30 minutos.

O documento estipula também o prazo de cinco dias úteis como limite para a solução de problemas com os assinantes e a existência de uma central de atendimento telefônica com ligação gratuita para o consumidor.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Ginástica emagrece?????


>>> Na verdade, mais importante que emagrecer é ter saúde, e a atividade física é fundamental para isto!

Durante décadas, o culto ao exercício físico tem sido um sinônimo da luta pelo emagrecimento. Mas a ciência nunca conseguiu provar que uma coisa realmente leva à outra

Gary Taubes
Vamos começar com algumas perguntas para pensar durante os 30 (ou 60 ou 90) minutos que você gasta queimando calorias na academia todos os dias ou, talvez, enquanto se sente culpado por não fazer isso. Se os magros são fisicamente mais ativos que os gordos - um fato inquestionável para a ciência às vezes obscura do controle de peso -, isso quer dizer que malhar transformará uma pessoa gorda em uma pessoa magra? E isso quer dizer que ficar sentado no sofá transformará uma pessoa magra em uma pessoa gorda? Que tal uma variação matemática sobre essas questões?

Digamos que freqüentamos a academia e queimamos 3.500 calorias toda semana. Isso são 700 calorias por sessão, cinco vezes por semana. Se meio quilo de gordura equivale a 3.500 calorias, isso quer dizer que ficaremos meio quilo mais magros para cada semana de exercício? E que continuaremos a perder peso nesse ritmo enquanto continuarmos a nos exercitar?

Para a maioria de nós, o medo do excesso de gordura é a razão para nos exercitarmos e a maior motivação que nos leva à academia. É por isso também que as autoridades da área da saúde têm incentivado mais exercícios como parte de uma vida mais saudável. Se estivermos gordos, ou mais gordos do que deveríamos, nos exercitamos. Queimamos calorias. Gastamos energia. Continua gordo? Queime mais. As diretrizes do Departamento de Agricultura dos EUA para uma dieta saudável, por exemplo, recomendam que nos empenhemos em fazer uma hora de atividade física "de moderada a mais vigorosa", apenas para manter o peso, ou seja, que nos impeça de engordar. Considerando a ambigüidade da mensagem e a simplicidade do conceito - queime calorias, perca peso -, não seria bom crer que isso é verdade? A pegadinha é que a ciência sugere que não. Logo, todas as respostas para as questões acima são negativas.

A Associação Americana do Coração e a Faculdade Americana de Esportes e Medicina publicaram um novo guia em setembro. Ele sugere que 30 minutos de atividade física moderada, cinco dias por semana, bastam para "promover e manter a saúde". O guia não afirma que mais exercício leva à perda de peso. Na verdade, o melhor que ele poderia dizer sobre essa relação seria algo como "é razoável acreditar que pessoas com gastos relativamente altos de energia teriam menor propensão ao ganho de peso se comparadas àquelas com um gasto de energia menor".

Em outras palavras, apesar do meio século de esforços para provar o contrário, os cientistas ainda não conseguem dizer que exercícios nos ajudam a manter mais quilos longe de nós. Os 30 minutos recomendados pelo relatório são o ponto de partida de recentes guias de outras organizações - como o Instituto de Medicina das Academias Americanas e a Associação Internacional para Estudos sobre Obesidade.

As bases do tal relatório foram publicadas em 2000 por dois pesquisadores finlandeses que analisaram todas as pesquisas relevantes sobre peso e exercício dos 20 anos anteriores. Ainda assim, o relatório finlandês dificilmente pode ser visto como a solução da questão. Quando os pesquisadores viram os resultados de dúzias dos mais bem construídos experimentos em manutenção de peso - seguidores de dieta que tentavam manter a linha -, eles descobriram que todos voltaram a engordar. E, dependendo do experimento, os exercícios podiam derrubar as taxas desse ganho de peso (-90 g por mês) ou aumentá-las (50 g por mês). Como os próprios finlandeses concluíram, a relação entre exercício e peso é "mais complexa" do que eles imaginaram.

Isso não é dizer que não há excelentes razões para sermos fisicamente ativos (veja quadro "Ruim com eles, pior sem eles"). Podemos apenas curtir exercícios. Podemos melhorar nosso físico como um todo, podemos viver mais - reduzindo nosso risco de sofrer de doenças cardíacas ou diabetes - e provavelmente nos sentiremos melhor com nós mesmos.

Uma coisa que se pode dizer sobre exercícios, com alguma certeza, é que eles tendem a nos deixar com fome. Se queimarmos mais calorias, teremos boas chances de consumir mais calorias.

É difícil conseguir que autoridades da área da saúde dos EUA falem sobre a falta de coerência entre suas recomendações oficiais e as evidências científicas que as fundamentam. Elas querem encorajar uma nação obesa a exercitar-se, mesmo que não existam bases científicas para isso. Vejamos um exemplo. Steve Blair, professor da Universidade da Carolina do Sul e co-autor do guia do Instituto de Medicina das Academias Americanas e da Associação Internacional para Estudos sobre Obesidade, diz que era "baixo, gordo e careca" quando começou a correr aos 30 anos. Agora, aos 68, ele é baixo, mais gordo e mais careca. Ao longo das décadas, ele estima ter corrido quase 129.000 km e ganho mais ou menos 15 quilos.

Quando perguntei a Blair se ele achava que seria mais magro se tivesse corrido ainda mais, ele teve que parar para pensar. "Eu não vejo como eu poderia ter sido mais ativo", disse. "Trinta anos atrás, eu corria 80 km por semana. Mas, se eu pudesse ter me exercitado por duas ou três horas por dia nas últimas duas décadas, talvez não tivesse ganho tanto peso." Mas talvez ele tivesse engordado do mesmo jeito. Se confiarmos no relatório do Instituto de Medicina das Academias Americanas e da Associação Internacional para Estudos sobre Obesidade, que ele co-escreveu, há poucas razões para acreditar que o tanto que ele correu fez alguma diferença. Apesar de tudo, Blair acredita que seria mais gordo se não corresse. Por quê?

Houve um tempo em que ninguém acreditava que exercícios podiam ajudar alguém a perder peso. Até os anos 1960, clínicos que tratavam de pessoas acima do peso e obesas consideravam a idéia ingênua. Quando Russel Wilder - um especialista em obesidade e diabetes - deu uma palestra sobre excesso de peso em 1932, disse que seus pacientes tendiam a emagrecer mais se ficassem em repouso, "já que exercícios muito severos diminuem a taxa de perda de peso".

O problema, como ele e seus contemporâneos constataram, é que exercícios leves queimam um número insignificante de calorias, quantidades que são superadas por pequenas mudanças na dieta. Em 1942, Louis Newburgh, pesquisador da Universidade de Michigan, calculou que um homem de mais ou menos 114 quilos gasta apenas 3 calorias subindo um lance de escadas, o equivalente à privação de um quarto de colher de chá de açúcar ou a 0,28 grama de manteiga. "Ele terá que subir 20 lances de escada para se livrar da energia contida em uma fatia de pão!", observou Newburgh.

Esses médicos depois concluíram que exercícios mais intensos não ajudam porque aumentam o apetite. "Um exercício de musculação vigoroso geralmente resulta em uma demanda imediata de uma boa refeição", notou Hugo Rony, da Universidade de Northwestern (EUA), em seu livro de 1940, "Obesidade e Magreza". "Gastos altos ou baixos resultam em níveis altos ou baixos de apetite. Sendo assim, homens praticando exercício físico pesado comem mais do que outros envolvidos em ocupações sedentárias. Estatísticas mostram que a média de consumo diário de lenhadores supera 5.000 calorias, enquanto que a de alfaiates é de apenas 2.500. Pessoas que mudam suas atividades de leves para pesadas, ou vice-versa, logo desenvolvem mudanças correspondentes em seus apetites." Se um alfaiate virar um lenhador e começar a comer como um, por que não acreditar que o mesmo não irá ocorrer com um alfaiate obeso que decide malhar como um lenhador todos os dias?

Acreditamos no contrário graças ao nutricionista Jean Mayer. Ele começou sua carreira na Universidade de Harvard no início dos anos 1950 e tornou-se o profissional de sua área mais influente dos EUA. Foi presidente da Universidade de Tufts, onde hoje há o Centro Jean Mayer para Pesquisa em Nutrição Humana e Envelhecimento, por 16 anos. Como autoridade em controle de peso humano, estava entre os pioneiros de uma nova geração. Seus predecessores foram todos médicos que trabalharam de perto com obesos e pacientes acima do peso. Mayer, não. Seu treinamento foi em química fisiológica, e ele obteve seu doutorado com uma dissertação sobre a relação das vitaminas A e C em ratos. Nas décadas seguintes, publicou centenas de trabalhos sobre diferentes aspectos da nutrição, incluindo a razão de ficarmos gordos. Mas ele nunca tratou de pacientes obesos em sua rotina.

Já em 1953, depois de alguns anos de pesquisa com ratos em laboratório, Mayer começou a enaltecer as virtudes do exercício para o controle de peso. Em 1959, o jornal "The New York Times" deu crédito a ele por ter "derrubado teorias populares" de que o exercício tinha papel secundário no controle de peso. Mayer sabia que, muitas vezes, obesos comem o mesmo que pessoas magras - ocasionalmente, até menos. Isso parecia excluir a gula como causa do ganho de quilos extras.

Nos anos 1960, Mayer documentou a relação entre a inatividade e o excesso de peso. Ele notou que adolescentes gordinhas comiam "muitas calorias a menos" do que as magrinhas. "As leis da termodinâmica eram, entretanto, desconsideradas por essa descoberta", ele descreveu, porque as garotas obesas gastavam menos energia do que as magras. Elas eram menos ativas - passavam quatro vezes mais tempo assistindo televisão, por exemplo. Mayer também estudou crianças. "O impressionante fenômeno é que bebês mais gordos são quietos, tranqüilos, com consumo moderado de alimentos. Enquanto isso, os bebês que mais comem tendem a ser magros, choram muito, são agitados e se tornam muito nervosos", escreveu o nutricionista. Dessa forma, Mayer concluiu que "alguns indivíduos que nascem quietos e tranqüilos ficam gordos com um consumo moderado de comida. Já outros indivíduos são muito ativos e não ficam gordos, mesmo com um consumo elevado".

Mayer foi o pioneiro na prática, agora popular, de apontar o sedentarismo como o "fator mais importante" para a obesidade e as doenças crônicas que a acompanham. Para ele, os americanos modernos são inertes se comparados a seus "antepassados pioneiros, constantemente engajados em trabalho físico pesado". Toda conveniência moderna, de janelas com controle remoto a escovas de dente elétricas, apenas serve para minimizar as calorias que gastamos. "O desenvolvimento da obesidade", Mayer escreveu em 1968, "é conseqüência da falta de planejamento de uma civilização que gasta dezenas de bilhões na compra de carros, mas não está disposta a incluir piscinas e quadras de tênis nos planos de todas as escolas." As hipóteses de Mayer sempre tiveram defeitos, algo sempre ignorado. Afinal, quem questiona a idéia de que a atividade física é uma panacéia?

A conclusão "quanto mais gordos somos, mais sedentários parecemos ficar" é, na verdade, uma correlação. "É uma observação comum", notou Hugo Rony em 1941, "que muitos obesos são preguiçosos. Isso pode ser, em parte, um efeito que o excesso de peso teria no impulso para a atividade de qualquer pessoa normal." Há também a possibilidade de que a obesidade e a inatividade física sejam sintomas da mesma causa.

Esse problema lógico foi obscurescido pelo ataque de Mayer à função da fome. Mayer admitiu que exercícios poderiam nos deixar com mais fome, mas considerou que esse não era necessariamente o caso. Aí está o ponto central da mensagem de Mayer, a relação entre apetite e exercício físico. "Andar meia hora por dia pode queimar o equivalente a quatro fatias de pão. Mas, se você não anda essa meia hora, você continua com a vontade de comer as mesmas quatro fatias", escreveu o nutricionista.

Mayer baseou sua conclusão em dois (apenas dois) de seus estudos dos anos 1950. O primeiro demonstrou que ratos de laboratório que se exercitavam por poucas horas, todos os dias, comeriam menos que ratos que não faziam atividade alguma. Mas isso talvez nunca fosse contestado. Em experimentos mais recentes, quanto mais os ratos correm, mais eles comem e o peso permanece o mesmo. E, quando os animais são "aposentados", comem mais e engordam mais rapidamente do que aqueles que sempre foram sedentários.

O segundo estudo de Mayer avaliou a dieta, a atividade física e o peso de trabalhadores e comerciantes de um moinho em Bengal, na Índia. Esse artigo continua a ser elogiado, por exemplo, pelo Instituto Americano de Medicina, como uma das únicas evidências de que atividade física e apetite não andam necessariamente de mãos dadas. Mas esse também nunca foi contestado, apesar do meio século de progressos nos métodos de avaliação nutricional e gasto de energia em humanos.

O estudo ajudou Mayer a promover sua mensagem pró-exercício com o fervor de uma cruzada moral. Em 1966, ele foi o autor de um relatório do Serviço Americano de Saúde Pública em prol do aumento de atividade física, aliado a uma dieta balanceada, como a melhor forma de perder peso. Em 1969, Mayer comandou a Conferência da Casa Branca sobre Comida, Nutrição e Saúde. "O tratamento da obesidade deve envolver mudanças drásticas no estilo de vida, com alterações nos padrões de dieta e de atividade física", diz o relatório final da conferência. Em 1972, Mayer começou a escrever uma coluna sobre nutrição em um jornal. Certa vez, soando suspeitamente como um médico frente a um de seus pacientes, afirmou que o exercício físico faria "o peso derreter mais rapidamente".

O culto aos exercícios físicos começou no final dos anos 1960, coincidindo com a cruzada de Mayer. Em 1977, o "The New York Times" cobriu o "boom dos exercícios vigorosos, algo bom para você". Em 1980, o "Washington Post" estimou que 100 milhões de americanos estavam participando da "revolução do fitness", data que coincide com o início da epidemia de obesidade. O jornal também notou que a maioria dos praticantes "havia sido taxada de 'loucos por saúde', uma década antes".

Nesse meio tempo, a comprovação que daria suporte às hipóteses de Mayer nunca surgiu. Meu estudo preferido sobre o efeito da atividade física em prol do emagrecimento foi publicado em 1989 por um time de pesquisadores dinamarqueses. Durante 18 meses, eles encararam o treinamento completo para uma maratona. Ao final, os 18 voluntários homens do estudo tinham perdido uma média de 2,27 quilos. Enquanto isso, as mulheres não registraram "mudanças na composição corporal".

Isso não explica por que compramos a idéia de Mayer de que mais exercício não implica em um maior consumo de comida. Na verdade, repórteres especialistas em saúde compraram a idéia. E todos estávamos lendo suas reportagens, e não as pesquisas. Em 1977, por exemplo, o Instituto Nacional de Saúde sediou sua segunda conferência sobre obesidade e controle de peso. "A importância de exercícios no controle de peso é menor do que se acredita", concluíram os especialistas participantes, "porque o aumento no gasto de energia, devido ao exercício, também tende a aumentar o consumo de comida." No mesmo ano, a revista do "The New York Times" reportou que havia "agora comprovação de que exercícios regulares resultavam em perda de peso permanente". Em 1990, a revista "Newsweek" declarava o exercício como elemento "essencial" de qualquer programa para emagrecimento, e o "The New York Times" afirmou que naquelas raras ocasiões "em que exercícios não são suficientes", para perder peso, "você também deve ter certeza de não comer demais".

Essa filosofia baseada na fé dominou as discussões científicas sobre peso e exercícios. Daí em diante, a idéia de trabalhar o apetite foi descartada. Clínicos, pesquisadores, fisiologistas e até personal trainers passaram a falar sobre fome como um fenômeno exclusivo do cérebro, e não um processo de reabastecimento de energia corporal.

No final das contas, a relação entre atividade física e gordura chega à questão da causa e efeito. O ciclista norte-americano Lance Armstrong, sete vezes campeão da Volta da França, é magro porque queima milhares de calorias durante um dia pedalando? Ou ele é levado a gastar essa energia porque seu corpo é adaptado contra o armazenamento de calorias como gordura? Se seu tecido adiposo é resistente ao acúmulo de calorias, o corpo dele tem pouca escolha senão queimá-las o mais rápido possível, o que Rony e seus contemporâneos chamaram de "impulso de atividade" - algo fisiológico, não uma iniciativa consciente. Seu corpo lhe diz para subir na bicicleta e pedalar, não sua mente.

Nos últimos 60 anos, pesquisadores que estudaram obesidade e controle de peso têm insistido em tratar o corpo humano como uma "caixa preta" termodinâmica. As calorias entram de um lado e saem de outro. A diferença (calorias que entram menos as que saem) geram mais ou menos gordura. O tecido adiposo, nesse modelo termodinâmico, não tem nada a ver com o problema. Apesar disso, as recomendações oficiais indicam menos comida e mais exercícios para emagrecer (ou, ao menos, não engordar). E isso é verdade. Se você privar um humano ou um rato de comida, ele irá emagrecer. Mas esse não é o ponto. Humanos, ratos e, todos os organismos vivos são guiados pela biologia, não pela termodinâmica. Quando somos privados de comida ficamos com fome. Quando nos esforçamos fisicamente, ficamos cansados.

Nosso corpo desenvolveu uma rede completa de retroalimentação. A grande condição para a vida, segundo o fisiologista francês Claude Bernard notou há 140 anos, é manter o ambiente interno de um organismo estável, independentemente do que está acontecendo do lado de fora. Isso é o que o fisiologista Walter Cannon, da Universidade de Harvard, chamou de homeostase, ou "sabedoria do corpo", nos anos 1930. "De alguma maneira, a matéria não estável da qual somos compostos aprendeu o truque de manter a estabilidade", escreveu Cannon.

Entre as muitas coisas reguladas por esse sistema homeostático - como a pressão sanguínea, a glicose, a temperatura, a respiração etc. -, está a quantidade de gordura que carregamos. Dessa perspectiva biológica, pessoas magras não são aquelas com a força de vontade para fazer mais exercício e comer menos. Seus corpos estão programados para mandar as calorias que consomem para os músculos, onde serão queimadas em vez de serem estocadas no tecido adiposo. O resto de nós tende a ir para o outro lado, desviando as calorias e acumulando-as até o excesso. O desvio de calorias em direção a células gordurosas para serem estocadas é um fenômeno conhecido como quebra de combustível.

O trabalho de determinar quais combustíveis (glicose ou ácidos gordurosos) serão usados no processo - e se os estocaremos como gordura ou os queimaremos como fonte de energia - é conduzido pela insulina e pela enzima lipoproteína lípase (LPL). Vale notar que hormônios sexuais também interagem com a LPL e é por isso que homens e mulheres engordam de maneiras diferentes.

Nos anos 1980, bioquímicos e fisiologistas descobriram que, durante a atividade física, o trabalho da LPL aumenta no tecido muscular, e assim nossas células musculares sugam ácidos gordurosos para usar como combustível. Quando acabamos de nos exercitar, o trabalho da LPL aumenta no tecido adiposo, puxando calorias para as células gordurosas. Assim, toda gordura não queimada volta para elas. Quanto mais rigoroso o exercício, maior a perda de nosso tecido adiposo e maior o aumento da atividade da LPL nas células gordurosas. Bingo: por isso ficamos com fome depois de nos exercitarmos. Nosso tecido adiposo reabastece calorias com gordura, privando órgãos do combustível de que precisam e iniciando o impulso de comer. A sensação de fome é o jeito de o cérebro dizer que está tentando satisfazer as necessidades do corpo. Assim como transpirar nos deixa com sede, queimar calorias leva à fome.

Esse estudo nunca foi controverso. Apenas foi considerado irrelevante pelas autoridades, que se fingem de sonsas e consideram a obesidade uma combinação de gula, preguiça e predisposição genética. Mas contemplar os meios pelos quais podemos perder peso, sem considerar o controle hormonal do tecido adiposo, é como imaginar o crescimento de crianças sem levar em conta o papel dos hormônios do crescimento.

Mas ainda há motivos para otimismo. Como a insulina é o principal hormônio afetando a atividade da LPL em nossas células, não surpreende que ela seja o principal regulador de nossa gordura. "A gordura [do tecido adiposo] é mobilizada quando a secreção de insulina diminui", afirma relatório de 1974 da Associação Médica Americana para Comida e Nutrição. Antes disso, a insulina também era considerada irrelevante para a questão do ganho de peso e os meios para perdê-lo. Como a insulina determina o acúmulo de gordura, é possível que fiquemos gordos não porque comemos muito e fazemos pouco exercício, e sim porque secretamos muita insulina. Ou, ainda, porque nossos níveis de insulina permanecem elevados por mais tempo do que o ideal.

Essa é a mesma lógica que leva a outras idéias não convencionais. Exemplo: são os carboidratos que estimulam a secreção de insulina. "Carboidratos dirigem a insulina, que dirige a gordura", foi assim que George Cahill Jr., um professor de medicina aposentado de Harvard e especialista em insulina, me explicou a questão recentemente.

Talvez, então, se comermos menos carboidratos poderemos perder uma gordura razoável ou ao menos não ganhar mais, se nos exercitarmos ou não. Isso explicaria a enorme quantidade de testes clínicos demonstrando que quem segue dietas que restringem carboidratos, mas não calorias, invariavelmente perde mais peso do que quem segue uma dieta que restringe calorias, mas não necessariamente carboidratos. Colocado de maneira simples, é bem possível que comidas que nossos pais sempre pensaram ser engordativas - batatas, massas, pães, tortas, doces, refrigerantes, cerveja - realmente são. Então, se evitarmos esses alimentos, poderemos ter um peso próximo àquele que almejamos.

O que dizer a quem insiste em afirmar que os exercícios são a chave para o emagrecimento? A única coisa que devemos lembrar é a importância da mudança de dieta. É muito raro alguém decidir que é hora de perder peso sem chegar à conclusão de que também é preciso comer menos doces, beber menos cerveja, mudar para refrigerante diet e, talvez, cortar carboidratos. Para o resto de nós, essa pode ser a hora de dar uma avaliada científica e biológica em nossos excessos. Vale lembrar que os benefícios dos exercícios incluem a alegria da honestidade. Eu me exercitei hoje, então posso comer tudo que aquece meu coração.
RUIM COM ELES, PIOR SEM ELES
Ainda que não promovam o emagrecimento isoladamente, os exercícios físicos garantem corpo e mente mais saudáveis

"Melhor ser um gordinho ativo do que um magro sedentário." A afirmação do especialista em obesidade Steven Blair, do Instituto Cooper de Dallas, nos Estados Unidos, é a gongada incontestável àqueles que se animaram com a revelação de que os exercícios físicos sozinhos não promovem o emagrecimento.

A verdade é que a história não é tão simples. O que não adianta é fazer atividade física e se empanturrar de guloseimas. "Existem evidências de que a atividade física rigorosa - 60 minutos por dia, cinco vezes por semana, com intensidade de moderada a alta - promove a perda de peso", diz o pesquisador Luis Carlos de Oliveira, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs).

O endocrinologista Márcio Mancini, do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas de São Paulo, cita um estudo que analisou um grupo de indivíduos obesos submetidos a um déficit de 700 calorias diárias, sem exercício, e outro grupo submetido à mesma dieta e atividade física. Ao final do experimento, os dois grupos perderam a mesma quantidade de peso. Mas o especialista adverte que, entre emagrecer com ou sem atividade física, a primeira opção é a mais saudável. "A atividade física preserva a massa magra, o que ajuda a diminuir os níveis de triglicérides, glicose, colesterol ruim, aumenta o colesterol bom, previne a osteoporose e doenças cardíacas."

Além dos benefícios citados pelo endocrinologista, a atividade física promove outras melhoras à saúde comprovadas pela ciência. "Há um consenso de que 30 minutos de exercícios, cinco vezes por semana [recomendação das autoridades internacionais para a manutenção da saúde], diminui o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e problemas cardíacos em até 51%. Um estudo mostrou que 34% dos cânceres podem ser evitados com um estilo de vida ativo", diz Luis Carlos de Oliveira. O especialista também cita um estudo que mostra que a irrigação do tecido cerebral aumenta com a prática de atividade física. Isso significa que a atividade do cérebro aumenta, melhorando as funções cognitivas e a memória.

Sendo assim, temos duas escolhas: fazer menos exercício, só para manter a saúde, ou fazer mais (e com dieta), para emagrecer. Abandonar a academia, infelizmente, ainda está fora de cogitação. (Fernanda Colavitti)

quinta-feira, novembro 22, 2007

200 orgasmos por dia!!!!!!


O barulho do trem, o som do secador de cabelo, o movimento ritmado de uma fotocopiadora. Elementos comuns da vida moderna, não é mesmo? Eles podem até provocar estresse. Não para a britânica Sarah Carmen, de 24 anos. Tudo isso faz com que a mulher obtenha, em um dia normal, cerca de 200 orgasmos, segundo informação do jornal "News of the World". Eu disse 200! Duzentos! A cada sete minutos, a moça tem um orgasmo!

Calma, Sarah não é uma ninfomaníaca. Ela sofre de uma doença bastante incomum chamada de Síndrome de Excitação Sexual Persistente (PSAS, na sigla em inglês), que a deixa bastante excitada por longos períodos mesmo sem ter qualquer estímulo. A síndrome leva ao aumento do fluxo sanguíneo para os órgãos sexuais.

"Quando tudo começou, aos 19 anos, meu namorado estranhou a quantidade de orgasmo que eu atingia durante o ato sexual", contou a esteticista britânica, que trabalha em um salão de Londres. "Em 6 meses eu consegui 150 orgasmos por dia, e as vezes até chegava 200", completou.

Sarah conta que o seu apetite sexual afasta os homens, que, segundo ela, não agüentam o ritmo e, em alguns casos, sentem-se frustrados por não fazer quase esforço para que a mulher chegue ao clímax.

Durante a entrevista de 40 minutos dada ao repórter Matthew Acton, a britânica "chegou lá" cinco vezes. As circunstâncias não foram esclarecidas...

Rio ganhará sete escolas técnicas federais até 2010


RIO - O governo federal vai construir sete escolas técnicas no estado do Rio de Janeiro até 2010. O Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica está construindo as unidades de ensino nas cidades-pólo de Angra dos Reis, Cabo Frio, Itaperuna, Volta Redonda, Petrópolis, Duque de Caxias e Nova Friburgo. O estado já tem 12 instituições tecnológicas.

Serão aproveitados os arranjos produtivos locais de cada região - turismo (Angra dos Reis); confecções e turismo (Cabo Frio); confecções (Itaperuna); metal-mecânico, eletroeletrônica e confecções (Volta Redonda); confecções e móveis (Petrópolis); polímeros (Duque de Caxias); confecções, floricultura e turismo (Nova Friburgo).

A expansão da rede de educação profissional está prevista no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril pelo Ministério da Educação. A proposta determina a construção de 150 escolas técnicas em todo o país. Os municípios que receberão as instituições foram definidos para atender localidades no interior do Brasil e periferias dos grandes centros urbanos. Foram considerados os arranjos produtivos locais, de forma a reduzir a saída dos alunos em direção às grandes cidades e aproveitar a infra-estrutura da região.

Para apresentar o PDE no Rio de Janeiro e garantir a participação do estado e dos seus 92 municípios, o ministro Fernando Haddad visita a capital fluminense nesta quinta-feira.

Interiorização das Universidades Federais


O Ministério da Educação (MEC) prometeu nesta quarta-feira (21) cinco novos campi vinculados às universidades federais do Rio de Janeiro. Segundo dados da assessoria de imprensa do MEC, serão investidos R$ 42,5 milhões nos campi da Universidade Federal Fluminense (UFF buscar) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ buscar), com oferta de 10.180 vagas.

O projeto prevê um campus em Volta Redonda, vinculado à UFF e com 2.560 vagas nos cursos de administração de empresas; engenharias de produção, mecânica, metalúrgica, agronegócio; gestão pública e ciências contábeis. A unidade terá o objetivo de investir em pesquisa no campo da tecnologia e da qualificação para gestão sustentável. Até o final de 2009, estão previstos R$ 9,86 milhões para a construção do campus.

Em Nova Friburgo, também vinculado à UFF, estão previstas 1.500 vagas para 2009, com investimentos de R$ 3,7 milhões até o final de 2008. Os cursos do município devem ser nas áreas de odontologia, farmácia e biomedicina.

O campus de Rio das Ostras, ligado à UFF, deve receber R$ 9,85 milhões até o final de 2009 para a implementação da unidade. Estão planejadas 2.120 vagas nos cursos de ciência da computação, engenharia de produção, psicologia, produção cultural, serviço social e enfermagem.

Em Nova Iguaçu, o campus, que será vinculado a UFRRJ, deverá ofertar 2.400 vagas em 2008 nos cursos de administração, ciências econômicas, história, matemática (licenciatura) e bacharelado, pedagogia e turismo.



Ao todo, estão prometidos investimentos de R$ 10,7 milhões até o final de 2007 para atender à demanda do município por cursos de graduação públicos. Nova Iguaçu possui cerca de 122 mil jovens entre 18 a 24 anos, sendo que mais de 200 mil habitantes têm menos de 18 anos.

O campus de Três Rios, ligado à UFRRJ, deverá oferecer 1.600 vagas em 2009, com investimentos de R$ 8,38 milhões. Os cursos serão de administração, ciências econômicas, gestão ambiental, turismo e direito.

A expansão das universidades federais está prevista no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril pelo Ministério da Educação. Para inaugurar o PDE no Rio de Janeiro e garantir a participação do estado e dos seus 92 municípios, o ministro Fernando Haddad visita a capital fluminense nesta quinta-feira (22).

Sobre Feriados


J. Roberto Whitaker Penteado
(Editor da Revista ESPM)

E havendo Deus acabado sua obra, descansou no sétimo dia.
- Gênese

Acho que foi a primeira vez, na história recente, que ocorreu uma "ponte dupla" de feriados, e - quase todos - descansamos durante 6 dias seguidos. A honestidade não me deixa afirmar, contudo, que tenha sido uma experiência desagradável.

O tempo extra permitiu-me, por exemplo, fazer umas pesquisas, para registrar que são 12 os feriados oficiais, no Brasil. Sete deles são cristãos, católicos. O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus respondem por três. Os demais são os 2 do carnaval (há quem sustente que são datas "pagãs"), o dia da padroeira do Brasil e finados, escolhido pela Igreja no dia seguinte à festa de todos os santos, desde o século 13. Há dois feriados "leigos": a confraternização dos povos, em 1º de janeiro, e o dia do trabalho, no 1º de maio. Este é uma homenagem da Internacional Socialista aos mártires de uma greve, em Chicago, que ocorreu naquela data, no ano de 1886. É curioso que, apesar disso, os americanos festejem o seu labor day na primeira segunda-feira de setembro: uma invenção da CUT lá deles. Os 3 outros feriados são "históricos" celebram a morte de Tiradentes, em 1792; o "grito" da independência, no 7 de setembro de 1822 e a transformação do país em república, em 15 de novembro de 1889, diante do "bestificado" povo do Rio - como conta Aristides Lobo.

Há muitos feriados municipais, mas SP e Rio, nossas 2 principais cidades, são comedidas. SP celebra 3: a fundação da cidade, em 25 de janeiro de 1554; a revolução contra o governo central, pela constituição, em 9 de julho de 1932 e o novo dia "da consciência negra", escolhido em 20 de novembro para marcar a morte de Zumbi dos Palmares, no ano de 1695. O Rio, quatro: o de Zumbi (foi lá que surgiu), o dia do comércio (!) na 3ª segunda-feira de outubro e mais 2 religiosos (coisa que eu não sabia): S. Sebastião, padroeiro da cidade, em 20 de janeiro e o dia de S. Jorge: 23 de abril.

Contrariamente ao que se pensa, o Brasil não tem mais feriados do que os paises "desenvolvidos". Nos EUA o número é mais ou menos igual e, na França e no Japão, são em número bem maior do que aqui.

Fiz uma descoberta curiosa: as palavras féria e feira têm a mesma origem latina, e "féria" não é, necessariamente, um dia de descanso (teor que subsiste na expressão "féria" como resultado pecuniário do labor diário) - mas um dia de atividades e festejos, como eram as feiras populares e as quermesses.

E outra curiosidade: o português é o único idioma ocidental em que os dias de trabalho são designados como feiras. A coisa vem do tempo dos romanos. A "primeira feira" era, originalmente, no domingo, já que o dia oficial do descanso de Deus foi o shabbat hebreu. O imperador Flavio Constantino, contudo, já na era cristã, trocou o nome de primeira feira para Dies Dominica, dedicando um segundo dia de descanso (ou homenagem) ao deus dos cristãos. Mas parece que a "semana inglesa" só foi adotada bem recentemente, na segunda metade do século 20. E perdoem-me, mas não achei, no Google, uma origem para esta expressão...

quarta-feira, novembro 21, 2007

Trabalhemos menos, trabalhemos todos


Retirado do Blog do Emir Sader
Muitas coisas nos diferenciam dos outros animais mas nada é mais marcante do que a nossa capacidade de trabalhar, de transformar o mundo segundo nossa qualificação, nossa energia, nossa imaginação. Ainda assim, para a grande maioria dos homens, o trabalho nada mais é que puro desgaste de suas vidas. Na sociedade capitalista, a produtividade do trabalho aumentou simultaneamente a uma tão forte rotinização, apequenamento e embrutecimento do processo de trabalho que já não há nada que mais nos desagrade do que trabalhar. Preferimos, a grande maioria, fazer o que temos em comum com os outros animais: comer, dormir, descansar, acasalar.

Não foi descoberta de Marx e sim de Adam Smith e de David Ricardo que o valor dos produtos não vem da terra, nem dos metais preciosos, nem da tecnologia, mas do trabalho humano. Daí o lugar essencial que ele tem nas nossas sociedades, ou que deveria ter.

Nossa capacidade de trabalho, esta potência humana de transformação e emancipação de todos, ficou limitada a ser apenas o nosso meio de ganhar o pão. Capacidade, potência, criação, o trabalho foi transformado pelo capital no seu contrário. Tornou-se instrumento de alienação no sentido clássico da palavra: como ato de entregar ao outro o que é nosso, nosso tempo de vida. De produzir para que outros se apropriem do que produzimos, para que outros decidam o que produzimos, como produzimos, para quem produzimos e a que preço será vendido.

A maioria esmagadora dos brasileiros – e de toda a humanidade – vive do seu trabalho. Vive para trabalhar e trabalha para viver. A esmagadora maioria gasta a vida em atividades que não lhes interessa, às quais se submete porque precisa manter-se viva. Para a maioria, sobreviver tornou-se uma forma de vida: sair de casa cedinho, retornar doze horas depois, após uma jornada esfalfante de um trabalho desinteressante, repetitivo, extenuante, para ter apenas o tempo de se recompor para voltar a repetir, mecanicamente, a mesma jornada no dia seguinte e nos outros dias, pelo resto dos dias da sua vida. E ainda precisa agradecer quando consegue ter e manter um tal trabalho!

Os que vivem esse cotidiano são os que mais precisariam de tempo e de conhecimento para decifrar esse imenso mistério de viver trabalhando loucamente apenas para se manter pobre, enquanto os que não trabalham enriquecem às suas custas. Mas são eles os que menos dispõem de tempo e de conhecimento. O rico não é apenas aquele que desfruta mais e melhores bens materiais, mas é também aquele que dispõe do seu tempo, até para não fazer nada.

As centrais sindicais brasileiras desenvolvem uma campanha pela diminuição da jornada de trabalho. Não pode haver campanha mais justa e humanista. Que os trabalhadores, os que produzem todas as riquezas do Brasil e do mundo, possam trabalhar menos e viver mais, até para que outros possam ter acesso ao trabalho formal e dignamente remunerado. Não se combate o desemprego apenas abrindo novas frentes de trabalho. É indispensável – como faz a proposta de reforma constitucional do governo venezuelano, que diminui a jornada de trabalho de oito para seis horas – diminuir a jornada de trabalho. Diminuir as horas de trabalho para que os trabalhadores possam dispor de um tempo para a família, o lazer, o descanso, a leitura, a luta coletiva. Para que decidam o que querem fazer com ao menos uma parte das suas vidas.

Valorizar o trabalho, valorizar o mundo do trabalho, valorizar os trabalhadores – são os grandes ideais humanistas do nosso século. A desumanização do trabalho é a desumanização do homem, da sua capacidade criativa, imaginativa, humanizadora do mundo. Um mundo à imagem e semelhança dos nossos melhores sonhos só poderá ser construído pelo trabalho livre, desalienado, escolhido pelos homens.

Precisamos caminhar para uma sociedade onde o trabalho seja instrumento de emancipação, onde o conhecimento seja instrumento de desalienação e onde os homens vivam através do trabalho que realizam de forma solidária e cooperativa e não mais para serem explorados, ofendidos, humilhados, oprimidos.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Tenha cuidado no orkut, recomenda pesquisa

Felipe Zmoginski, do Plantão INFO
SÃO PAULO - Estudo do grupo inglês Get Safe Online revelou que cresce o número de golpes contra usuários de redes sociais.

O estudo revela que internautas com perfis em redes sociais como MySpace, Facebook ou orkut estão mais suscetíveis a golpes e fraudes online.

De posse de informações como a data de aniversário ou a cidade onde o usuário vive, fica mais fácil para scammers e crackers falsificar cartões de crédito, tomar empréstimos ou aplicar outros tipos de golpes contra as vítimas.

A Get Safe Online apontou que, entre usuários de internet no Reino Unido, o porcentual de vítimas de golpes online cresce entre os internautas com perfil em redes sociais, em comparação com internautas que não divulgam dados nestas redes

Pesquisa mapeia discurso neonazista na internet


PAULO CÉSAR NASCIMENTO

O uso da rede mundial de computadores por neonazistas como espaço para disseminação do racismo e para defesa do ideário da raça ariana é o tema central de dissertação de mestrado apresentada na semana passada no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. Em Os Anacronautas do Teutonismo Virtual: uma etnografia do neonazismo na Internet, a antropóloga Adriana Abreu Magalhães Dias, orientada pela professora doutora Maria Suely Kofes, investiga e mapeia com profundidade o universo subversivo de sites, portais, comunidades, fóruns, chats, blogs e listas de discussão que abordam a temática racista e revisionista (que tenta invalidar a veracidade histórica do holocausto na Segunda Guerra Mundial e o número de judeus mortos por agentes nazistas).

Sites foram denunciados ao Ministério Público

A minuciosa análise etnográfica das práticas e representações discursivas expostas por ativistas no cyberespaço e a interpretação de elementos mitológicos evidentes no material fartamente disponível, permitiu à pesquisadora constatar que, nos sites analisados, o neonazismo articula mitos, narrativas e rituais em uma estratégia para preservar o teutonismo, ou a homogeneidade absoluta das raças germânicas, conforme a ideologia propagada por Adolf Hitler e seus simpatizantes.

“Os sites observados são profundamente demarcados por um léxico racista e pela ideologia neonazista, que retoma símbolos, mitos e propostas jurídicas, religiosas e políticas do nacional-socialismo”, atesta Adriana. “Os autores constroem e atualizam mitos, inscrevendo na palavra raça uma relação simbólica, polissêmica, enraizada numa ideologia saturada de anacronismo, contradições, ódio e insegurança, ideologia esta que os pretende heróis. Daí nasceu a minha ironia: são os anacronautas, ou seja, anacrônicos, que se mitificam heróis de um tempo imemorial e pretendem resgatar a sua Germânia, ainda que virtualmente”, argumenta.
Extermínio – Para ela, a associação do neonazismo ao revisionismo expressa o racismo em sua radicalidade máxima, orientada por uma luta política que deseja implantar um “racismo de Estado”, conforme denominou Michael Foucault (filósofo francês morto em 1984, aos 58 anos). Nessa forma extremada de pensar, defendida pelos movimentos neonazistas, o Estado deve reunir e proteger a “raça” de seus inimigos, até mesmo por meios de exterminação, se necessário.

Portanto, os sites adotam discursos a fim de compor a seguinte proposta: se a “raça branca” está ameaçada, é preciso reagir. Qual a medida a ser tomada? Um cartaz pinçado por Adriana no site brasileiro Valhalla 88 oferece a sua alternativa:

“No impresso, a incitação ao homicídio é vista como ‘natural’ e a interdição ao casamento racial toma a forma de uma nova guerrilha. A montagem do cartaz sugere que cada visitante reaja violentamente à possibilidade de mistura racial, condensando assim os ideais de ódio expresso pelo discurso racista”, explica Adriana.

Em outro grande portal racista, o norte-americano National Alliance, ao casamento inter-racial é atribuído o valor de “pior que assassinato”. No site, vasto material racista é oferecido, até livros infantis para colorir com a história dos povos arianos.
Esses temas são recorrentes em quase 13 mil sites na Internet e em cerca de duas centenas de comunidades do Orkut, e, se em alguns países são considerados criminosos e retirados do ar, logo são repostos por uma rede que os mantêm praticamente intactos. Segundo a pesquisadora, a grande maioria dessas URLs (endereços de sites na rede) são cópias de cerca de quinhentas principais.

Doutrinação – Ela descobriu ainda que na grande maioria dos sites o ativismo é sugerido e incitado como uma espécie de iniciação, por meio da oferta de adesivos e pôsteres para serem impressos e utilizados: basta que cada pessoa faça o download dos cartazes e panfletos disponíveis no site, imprima algumas cópias destes e os distribua ou cole em locais onde serão lidos pelo maior número de pessoas possível: caixas de correio, inseridos no interior de livros em bibliotecas, espalhados em mesas de lanchonetes, gôndolas de supermercados, livrarias, entre outros.
“A distribuição da propaganda alcança o Povo Branco por duas maneiras: diretamente (através do próprio material) e indiretamente (pela resultante cobertura da mídia). Freqüentemente, mesmo uma pequena, mas bem direcionada, distribuição conduzida por um astuto ativista resulta em primeiras páginas de jornais e cobertura televisiva. Este ativismo construtivo é vitalmente importante, além, é claro, de ser muito divertido e altamente satisfatório!”, sinaliza um dos sites analisados.

Em outras comunidades e em inúmeros fóruns, temas que sensibilizam parcela significativa de internautas, principalmente mulheres, como aborto, estupro e pedofilia, funcionam como porta de entrada para a doutrinação racista. Posteriormente, à medida que navegam pelos sites que lançam mão desse ardil, deparam com indicações de links, literatura e arquivos para download em que a temática neonazista é apresentada.
“Movidas pelo ódio explícito, principalmente dirigido a judeus e a negros, ou pelo medo de que o futuro seja absolutamente ‘não-branco’, a rede racista se conecta a meio milhão de pessoas, que fazem da Internet um grande veículo de divulgação, comunicação, transmissão de arquivos, venda de produtos, enfim, uma grande estrutura para este movimento”, observa a antropóloga.


Campo minado – Adriana acabou pagando o preço pela coragem de pisar em terreno tão minado: foi bombardeada com ameaças em fóruns de discussões na internet durante a árdua coleta de dados para o seu trabalho. Indignada com a apologia criminosa das informações que encontrava nos sites, os denunciou ao Ministério Público. Por conta de ações judiciais, dela e de outros militantes, três sites brasileiros foram retirados do ar desde 2004: White Power SP, Loja ZyklonB e Valhalla88, este um dos sites mais acessados da América Latina, com 250 mil internautas.

“Foi um desafio intelectual e uma reafirmação de minha postura política: por um lado precisava explicá-los, por outro tinha de denunciar os crimes que cometiam”, pondera.
A elaboração da dissertação levou aproximadamente um ano e meio, mas há cerca de cinco anos ela desenvolve o exercício etnográfico em sites racistas, neonazistas e revisionistas, depois de se aproximar do tema pela primeira vez na pesquisa para a monografia da graduação.

Para compor o consistente estudo de 329 páginas, Adriana, além de mergulhar na internet, consultou vasta bibliografia acerca da Segunda Guerra Mundial e, em particular, a respeito do nacional-socialismo, entrevistou sobreviventes de campos de concentração, em São Paulo e em Curitiba, entrou em contato com o movimento negro e o movimento da memória do holocausto e conversou com procuradores, promotores e juízes que lidaram com o crime de racismo, inclusive o mediado por computadores, entre outras providências.

“Essa dissertação de mestrado, que bem se confunde com uma tese de doutorado, tem a importância política de permitir uma compreensão interna dos argumentos nazistas contemporâneos e não teme posicionar-se criticamente, e com exterioridade também, em relação ao seu objeto”, salienta a orientadora Suely Kofes. “É um exemplo a ser estimulado na Universidade entre pesquisa empírica, leitura e discussão teórica, e reflexão”.
A qualidade do trabalho permitiu a Adriana ser aprovada para o doutorado sem a necessidade de se submeter ao exame de seleção. Para a tese, ela se debruçará sobre o fenômeno do movimento neonazista e na sua relação com a construção da identidade germânica apresentada nos sites.

SC concentra maioria de ativistas no Brasil

No Brasil, crimes de ódio racial ainda são precariamente condensados em dados específicos, muitas vezes caracterizados apenas como lesão corporal, injúria ou até homicídio e não destacados como crimes de racismo, embora a Constituição Brasileira de 1988 o preveja como imprescritível e inafiançável, lembra Adriana.

Ainda assim, as estatísticas dos movimentos anti-racistas apontam para o fato de que pelo menos 90 mil pessoas estejam diretamente envolvidas em grupos neonazistas no país, cerca de metade disso apenas no Estado de Santa Catarina, aponta a pesquisa. O maior site neonazista brasileiro, o Valhalla88, tem sua sede em Santa Catarina e alcançou a significativa marca de 200 mil visitas diárias antes de ser retirado do ar, em agosto deste ano.

Ainda de acordo com o estudo, nos fóruns e nas comunidades do Orkut em que internautas se identificam com o programa de ódio do Valhalla88, a maior parte dos participantes (60%) se apresenta como de “sangue alemão”. Destes, 20% são também descendentes de italianos e, entre os restantes, 5% afirmam ser de origem sueca, norueguesa, belga, holandesa ou dinamarquesa. Há ainda 15% de origem “ancestral” italiana.

“A auto-garantia de uma origem européia, particularmente teutônica, é muito forte, principalmente nos internautas que se identificam como moradores de Santa Catarina, chegando a 48%, o que confirma os dados das ONGs anti-racistas”, afirma Adriana. “Um dado importante a ser recordado é que este Estado abrigou o maior núcleo de nazistas no Brasil na década de 30, seguido de perto pelo Rio Grande do Sul”, completa.

Sites endogâmicos driblam sistemas de busca

Em língua inglesa, portuguesa e espanhola (línguas nas quais Adriana é fluente), há na Internet cerca de 12,6 mil sites racistas, revisionistas e neonazistas, entre sites pessoais e institucionais, blogs, fóruns e, dentre os 800 mais acessados, ela escolheu para estudo os que mais links estabeleciam com outros sites, os que eram mais citados em artigos presentes em outros sites (ainda que não houvesse links no artigo), e os que disponibilizavam mais material para análise.
Da relação de blogs, selecionou os mais citados na rede identificada, os com mais material disponibilizado, quer em forma de artigo, quer em forma de gráfico, e os que forneciam mais links para outros pontos. Entre os fóruns, optou pelos que possuíam o maior número de participantes e temas mais diversificados. As escolhas resultaram num conjunto de 40 URLs.

Mais de 75% dos sites analisados apresentam versões para aquelas três línguas e mais de 40% oferecem fóruns ou textos em alemão. Outras línguas são também utilizadas em muitos deles (o italiano em 35% e o francês em cerca de 30% deles merecem destaque), e no geral, 80% dos sites construídos apresentam versões em outras línguas. Os dados coletados durante os dois primeiros anos de pesquisa (de 2002 a 2004) apontavam para cerca de 8 mil sites.

“Refiz os procedimentos de coleta nos últimos dois meses e constatei o aumento significativo. Isso se dá pela reprodução contínua de sites pela rede”, enfatiza.

Profundidade – Na construção da pesquisa, Adriana empregou ferramentas específicas de mensuração de conteúdo e de número de acessos dos sites, fóruns e blogs, e de tráfego de informações na Web, como as disponibilizadas pelo portal Alexa e pelo projeto Cibermétrica, da Universidade de Sydney (Austrália).
Os dados estatísticos revelaram que os sites, além de mais extensos e muito mais povoados de links que os blogs, são também muito mais profundos, para evitar que a maior parte de suas páginas seja alcançada pelos tradicionais sistemas de busca, como o Google.

“Os sites racistas são em geral muito densos, tanto em hipertextualidade (há páginas com mais de 500 links), como em multimídias (ícones, vídeos e imagens ocupam dezenas de bytes nos sites). Há muito mais links internos do que externos, dificultando a localização de grande parte do conteúdo, geralmente de caráter mais agressivo, por motores de busca”, descreve Adriana em sua dissertação.

Dessa maneira, a possibilidade de ser achado é menor, todo material está disponível no mesmo lugar e, se retirado do ar, basta colocar tudo de novo em um mirror (espelho, em linguagem computacional, ou cópia exata do site em outro endereço para permitir o acesso a informações que de outra forma não estaria disponível).

A densidade de links internos, contudo, deixa os sites visíveis para outros similares da rede, observa a antropóloga.

“O reforço de vínculos entre eles torna esses sites profundamente endogâmicos, o que confirma a idéia de que na verdade são vários sites em um, ou ainda um aglomerado de sites disponibilizados num mesmo lugar”, defende ela.

quinta-feira, novembro 08, 2007

TVs a cabo não poderão cobrar ponto extra

Brasília - A Anatel vai proibir as operadoras de TV de cobrar pelo ponto extra de TV em domicílios.

Representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, apresentaram, em audiência na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados, o novo regulamento da agência, que, segundo eles, deverá garantir direitos de consumidores de serviços de TV por assinatura.

“O ministério [das Comunicações] está formatando políticas públicas e estamos concentrando os esforços dos nossos técnicos para movimentar a Anatel para fazer o acompanhamento da regulamentação, que já está estabelecida”, afirmou Costa.

Pelo novo regulamento, as operadoras de TV por assinatura não poderão cobrar pelo ponto adicional em uma mesma residência; será permitida a cobrança pela instalação, mas não pela programação. O consumidor também deverá ser ressarcido em dobro no caso de cobranças indevidas e terá direito a saber, com antecedência, de reajustes no preço dos serviços.

As novas regras também prevêem o direito à suspensão da assinatura por 30 dias uma vez por ano, no período de férias, em que o consumidor não utilizaria a TV por assinatura.

O novo regulamento da Anatel já foi submetido à consulta pública, mas a implementação depende da aprovação do Conselho de Comunicação Social, órgão formado por representantes de emissoras, universidades e da sociedade civil, vinculado ao Congresso Nacional. Entretanto, por falta de nomeação dos novos membros pela presidência do Senado, o conselho não se reúne há mais de um ano, o que pode dificultar a tramitação do novo regulamento, previsto para entrar em vigor em meados de 2008.

Na avaliação do ministro Hélio Costa, “passada a turbulência, o Senado vai ter condições de analisar de imediato os nomes que já estão apresentados para o conselho para poder tomar decisões importantes como essa”.

Novo recall atinge brinquedos que contêm droga perigosa



O Globo Online e Reuters

RIO - A Comissão de Segurança de Produtos para o Consumidor Americano determinou o recall de 4,2 milhões de brinquedos Bindeez, fabricados na China, que conteriam uma substância perigosa, chamada GHB , que é usada na droga colocada em bebidas de vítimas do golpe "boa noite cinderela". Mattel também anunciou um novo recall nesta semana .

Com o Bindeez, um brinquedo muito popular, as crianças montam desenhos colando minúsculas bolinhas coloridas com água.
Nos Estados Unidos, o elemento químico encontrado no brinquedo teria levado cinco crianças que ingeriram suas bolinhas a vomitar e perder a consciência. As autoridades australianas também anunciaram a proibição nacional da venda do produto, premiado brinquedo do ano no país, depois que três crianças foram hospitalizadas.

O Bindeez também é encontrado no Brasil, onde é distribuído pela empresa Long Jump, que faz até um concurso das "bolinhas mágicas que se juntam com água", para premiar as montagens mais criativas das crianças. O produto custa entre R$ 17 e R$ 20, nas principais lojas especializadas e de departamento. A distribuidora do brinquedo aqui ainda está avaliando as notícias para anunciar sua decisão.
Brinquedo prometia ser o best-seller deste Natal

Nos Estados Unidos, o brinquedo era vendido desde abril, com preços que oscilavam entre US$ 17 e US$ 30 e prometia ser o best-seller de vendas deste ano. Foi indicado recentemente pela rede Wal-Mart entre os 12 principais do Natal, mas, nesta quinta-feira, já tinha sido retirado da lista do site da rede de varejo e aparecia como "não disponível no estoque".

De acordo com os técnicos que realizaram os testes nestes brinquedos, a substância, uma vez metabolizada, transforma-se na droga GHB, disse à CNN o porta-voz da Comissão de Proteção ao Consumidor Americano, Scott Wolfson.
As crianças que ingerem as bolinhas podem entrar em coma, desenvolver problemas respiratórios ou ter convulsões - avisou.

- Quem tiver esses brinquedos em casa deve jogá-los fora - acrescentou Julie Vallese, outra porta-voz da comissão.

Pouco antes, a Comissão de Segurança de Produtos para o Consumidor Americano havia anunciado outro recall de 403 mil brinquedos fabricados na China, incluindo 380 mil carrinhos vendidos na rede de lojas Dollar General, devido aos altos níveis de chumbo encontrados na pintura dos produtos. Nos últimos meses, esse tem sido o principal problema dos brinquedos que sofreram recall. O chumbo é tóxico e pode acarretar graves problemas de saúde às crianças.

quarta-feira, novembro 07, 2007

ThePirateBay já testa sucessor do BitTorrent


Quarta-feira, 07 de novembro de 2007 - 12h43

BOSTON - O ThePirateBay está testando uma nova tecnologia de compartilhamento de arquivos que pode substituir o BitTorrent.

O site sueco ThePriteBay está desenvolvendo um novo padrão de software para downloads na internet, em uma iniciativa que poderia facilitar a troca de arquivos de mídia, o que é considerado ilegal em muitos países.

O Pirate Bay, http://thepiratebay.org, é o maior site bancado por publicidade entre os usuários do software BitTorrent.

O programa é um paradeiro procurado por usuários da internet interessados em obter cópias gratuitas de conteúdo protegido por direitos autorais, de filmes como Harry Potter a jogos para o console Xbox 360.

Mas a BitTorrent, depois de uma longa espera, está começando a ter sucesso em sua colaboração com algumas grandes empresas de mídia e, à medida em que seus elos com as empresas se reforçam, é possível que acrescente ao seu software recursos que desencorajem a troca de materiais protegidos por direitos autorais, segundo Peter Sunde, co-fundador do Pirate Bay's.

"Se eles decidirem fazer algo estúpido, muita gente será afetada," disse Sunde em entrevista, informando que seu site recebe em média 1,5 milhão de visitantes ao dia.

Sunde espera que a versão inicial do novo software esteja pronta no começo do ano que vem, e solicita a colaboração de programadores no site http://securep2p.com.

A BitTorrent diz que não tem muito a perder.

"Não estamos realmente decepcionados com isso", disse Ashwin Navin, presidente e co-fundador da BitTorrent, à Reuters. "A comunidade de usuários piratas jamais nos pagou um tostão."

Ele estima que existam cerca de 150 milhões de pessoas usando a tecnologia de sua empresa. No mês passado, ela lançou um serviço de distribuição via Internet para grupos de mídia que, ele aposta, elevará seu total de usuários a mais de um bilhão em prazo de 18 a 24 meses.

O primeiro cliente do sistema é a Brightcove, distribuidora de vídeos na Web criada pela CBS, Fox Entertainment Group (parte da News Corp.), Viacom e New York Times Co.

"O desenvolvimento futuro (do software BitTorrent) quase certamente se concentrará em coisas que não beneficiam ou promovem os objetivos dos piratas", afirmou Eric Garland, da BigChampagne, uma empresa que rastreia o volume de trocas de arquivos na Web.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Projeto incentiva adoção de irmãos



Hilda Badenes - O Globo Online
RIO - Ela achava que seria uma missão impossível. Mas hoje, dois anos depois de conseguir a guarda provisória dos quatro filhos adotivos - todos eles irmãos de sangue - a arquiteta Claudia Sobral, de 38 anos, não hesita em afirmar: "Compensou". Porém, nem sempre os laços familiares das crianças abandonadas em abrigos são mantidos na hora da adoção.

Para incentivar esta prática, a deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) apresentou um projeto de lei que dá auxílio financeiro às pessoas que adotarem crianças e adolescentes irmãos. Pela proposta, quem adotar um casal de irmãos vai receber um salário mínimo; dois salários mínimos quem adotar três irmãos; quatro salários mínimos se forem quatro irmãos, e assim sucessivamente. Embora seja bem intencionada, a proposta é vista com algumas ressalvas.
- É uma espécie de bolsa-adoção, que deve ser requerida pelo adotante. Muita gente tem o desejo de adotar mais de uma criança, mas não tem condições financeiras. A idéia é facilitar a retirada da criança do abrigo o mais rápido possível e manter o vínculo familiar - explica a deputada.

O benefício se estenderia até que as crianças ou os adolescentes completassem 18 anos, sendo prorrogado até os 24 anos se eles estiverem cursando faculdade. De acordo com o projeto, que aguarda avaliação da Comissão de Seguridade Social, a verba sairia do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Para a advogada Tânia da Silva Pereira, integrante da Comissão de Infância e Juventude do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), a proposta da deputada é desafiadora e inspira cautela.
- Aparentemente, não é má idéia, porque toda criança abrigada tem um custo para o poder público. Seria apenas transferir esses recursos para o adotante, ou seja, não representa uma despesa a mais - avalia Tânia, que estima em R$ 600 a R$ 800 por mês o custo médio de uma criança em abrigo.

Mas, segundo ela, é fundamental que haja uma fiscalização para que a proposta seja bem sucedida.

- É preciso ter um sistema de avaliação para que não haja uma distorção da finalidade. Além disso, tem que haver uma ampla fiscalização, como acontece com os programas de transferência de renda - avalia a advogada, lembrando a experiência do estado do Rio de Janeiro, que propôs um auxílio ao funcionário público que adotasse crianças.

- Vimos uma situação caótica. Muita gente que não tinha aumento de salário entrou na fila do juizado para adotar e receber o dinheiro. Não houve controle e o governo estadual começou a atrasar os repasses - diz.

A mãe adotiva Claudia - que no fim de todo mês se pega fazendo contas para esticar o orçamento familiar e sustentar os quatro filhos adotivos - também vê com ressalvas o projeto:
- Acho legal. Mas deve ter um trabalho de pesquisa, de avaliação, para ver a real necessidade. Fico preocupada com essas políticas assistencialistas. Tudo que envolve dinheiro é complicado - analisa Claudia, que completa:

- A gente quer que eles se desenvolvam e tenham condições de enfrentar o mundo. A gente está dando o básico pra eles, que é muito mais do que eles podiam ter. Mas eles estão dentro de uma família e isso é o principal para uma criança - conclui.
Segundo a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), 80 mil meninos e meninas aguardam hoje por adoção nos abrigos do país. Tânia lembra a importância de se manter o vínculo familiar na hora da adoção quando se trata de crianças mais velhas.

- Quando a criança é maior, precisa trabalhar o resgate da instituição familiar. Já têm vínculo afetivo. Por isso, se irmãos puderem ser adotados pela mesma família é melhor. Mas com uma certa idade, já é mais difícil de inserir em famílias - alerta.

Troca de arquivos aprimorada?

Pirate Bay criará substituto do Bit Torrent, Juliano Barreto, da INFO - SÃO PAULO – Grupo sueco está disposto a desenvolver novo padrão para troca de arquivos na internet. [...]

Gmail mais rápido

Gmail ganha funções e fica mais rápido, Juliano Barreto, da INFO - SÃO PAULO - Reforma interna faz mensagens abrirem mais rápido com técnica que carrega automaticamente o conteúdo. [...]

Jovens da Barra

A repetição da história como farsa. Três delinqüentes adolescentes cariocas bêbados esvaziaram um extintor de incêndio sobre prostitutas e travestis na madrugada de ontem numa avenida da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Detidos depois da intervenção de um motorista, os jovens vão responder em liberdade pelo crime de “perturbação do trabalho”. O episódio lembra a agressão de uma empregada doméstica em junho, também na Barra, também por jovens delinqüentes cariocas bêbados.


E, pela última vez, também pela reação condescendente do pai de um dos rapazes: “Tem gente que faz coisa pior. Foi apenas uma brincadeira de criança; Qualquer um já passou por isso quando adolescente. Não entendo porque os jornalistas estão interessados nessa história”, disse Fernando Mattos Roiz em O Globo, pai dos adolescentes, estudante de jornalismo. Apenas uma brincadeira? Qualquer um já passou por isso? De que mundo é esse sujeito? Bem, como esse tipo de pai dá para entender o que se passa na cabeça de um futuro criminoso.

Life Begins


Eu gosto muito de séries de Tv, e acho que muitas delas são muito melhores do que a maioria dos filmes badalados de cinema. Uma que está me prendendo muito ultimamente é Life Begins, uma série sobre a vida de uma mulher depois da separação. A personagem principal é Maggie, interpretada por Caroline Quentin, excelente atriz inglesa. É interessante que a série não é americana, mas inglesa, e está sendo exibida no Eurochannel.
Os sentimentos controversos de pessoas reais são exibidos sem maniqueismo, o que faz com que haja grande identificação com os personagens. Quem já se separou e iniciou um novo relacionamento depara-se com várias situações parecidas com que as que já passou.
Só lamento os horários meio desorganizados e as legendas muito mal sincronizadas do Eurochannel.
Confira!

sábado, novembro 03, 2007

Adote uma Criança, Mude um Destino



A AMB, Associação dos Magistrados do Brasil, lançou uma campanha para estimular as adoções em todo o Brasil, através da sensibilização dos juízes para agilizarem os processos. A campanha chama-se Mude um Destino.

O problema da adoção se agrava quando as crianças têm mais de um ano de idade, são negras, têm irmãos na mesma situação ou apresentam algum problema de saúde. Segundo a advogada Roberta Avisato , 70% dos casais presentes no cadastro nacional dos Juizados da Infância e da Juventude procuram meninas brancas, de até seis meses. A especialista atua na área Trabalhista, mas começou a defender casos de adoção, por conta de uma experiência pessoal: ainda noiva, encantou-se com um menino num abrigo para menores e ganhou na Justiça o direito de protegê-lo. Ela conta que apenas 5% dos processos de adoção que ocorrem no estado de São Paulo são realizadas por pais que podem ter filhos, mas optam por acolher uma criança.

Segundo a advogada, o primeiro passo de um casal que pensa em adoção é procurar a Vara da Infância e da Juventude de sua cidade e realizar o cadastro de adoção. Eles vão passar por entrevistas, terão seu perfil social traçado, vão apontar as características da criança de que gostariam e será aberto o processo. Quando alguma criança que atenda aos dois perfis aparecer no cadastro, eles serão chamados para conhecê-la.

Francisco Oliveira Neto, juiz da Vara da Infância e da Juventude de Florianópolis (SC), membro da Associação dos Magistrados Brasileiros e coordenador da campanha Mude um Destino da AMB, o número de adoções poderia ser maior caso diminuíssem as exigências dos casais.

- Não é a burocracia do Estado que atrasa os processos de adoção. Nos juizados, temos um livro de cadastro de pais que se dispõe a adotar e outro com as crianças dos abrigos. Fazer esse casamento é a parte mais difícil - explica Franscisco Oliveira Neto.

O juiz reforça que não há custos para o casal com o processo de adoção - a menos que eles queiram contratar um advogado particular - e que, uma vez dada a sentença, a decisão da Justiça é irrevogável: os pais biológicos perdem seus direitos sobre a criança e a identidade da família que a adotou é mantida em sigilo.

- Cumprir os procedimentos legais é a melhor forma de se proteger e dar segurança à criança. Muitos pais biológicos iniciam um processo de coação ou extorsão por sentirem que quem adota contrai uma espécie de dívida com eles - alerta.

Se as mães biológicas têm nove meses para se preparar para a chegada do bebê, com as mães adotivas o tempo de espera é incerto e cheio de dúvidas. A psicóloga e professora da PUC-RS Iraci Argimon, orienta os casais a terem uma decisão bem amadurecida, antes de procurar uma criança:

- Enquanto houver dúvidas, converse. Se o diálogo entre o casal não for suficiente, procure um especialista. Isso é um respeito com eles mesmos e com a criança - alerta. - Ela não deve vir para segurar nenhum casamento: vai ter um papel tão importante quanto o de seus pais.

Em caso de crianças maiores, essa preocupação deve estar ainda mais presente:

- As crianças costumam se vincular de forma ainda mais forte por medo inconsciente de um novo abandono. Apenas uma relação bem madura entre mãe e filho pode equilibrar essa insegurança.

Mas às vezes o destino se encarrega de antecipar os fatos. Pediatra, Maria Noemi Mac Culloch, era solteira quando recebeu, no Hospital da Funabem, em que trabalhava, um bebê abandonado pelos pais que despertou sua compaixão. Ela entrou com o pedido de adoção e conseguiu a guarda de Pedro Ivo, que hoje tem 12 anos. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, homens e mulheres acima dos 18 anos podem adotar uma criança independentemente de seu estado civil.

- Desde a primeira vez que o peguei nos braços, senti que era meu filho. De repente, me vi invadida de um amor muito grande por aquela criança que nunca tinha visto. Minha capacidade de amar, de me dar cresceu muito. Sinto como se ele tivesse nascido mesmo de mim, é meu filho - resume Maria Noemi.

Na minha família, tanto pelo lado paterno quanto materno, tenho vários parentes adotivos, irmãos, tios, primos, e posso dizer que o amor não é diferente em relação a um consangüíneo. Percebo que ainda existe um preconceito em relação à adoção, e muitos casais tentam deseperadamente engravidar, às vezes correndo riscos, mas não dão um passo em direção à adoção que lhes deixaria realizados como pais! Um grande abraço para Andréa, Mônica e José Victor, meus irmãos.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Os Olhos de Ana


Ontem assisti ao filme Cria Cuervos, de Carlos Saura, provavelmente pela 10ª vez, mas dessa vez em casa.Já tinha muito tempo que eu não o assistia. Todas as vezes anteriores eu assisti no Cine Arte UFF, em Niterói. A 1ª vez que o assisti, eu tinha 13 anos. O filme é lento, meio silencioso, mas é emocionante do início ao fim, cada emoção marcada pelo olhar de Ana. Eu adorei o filme, me identifiquei muito com a triste infância de Ana, evidente principalmente em seu olhar. Eu estava saindo da infância, e tinha esperança de que seria mais feliz a partir de então e, olhando retrospectivamente, posso dizer que fui e tenho sido mais feliz do que na infância. Bem, Ana Torrent continua fazendo cinema, e eu continuo tendo esperança de que dias melhores virão.
Foi muito bom rever Cria Cuervos!

quinta-feira, novembro 01, 2007

Homeopatia para todos

A participação de médicos e farmacêuticos homeopatas na campanha “Homeopatia Direito de Todos”, a favor escolha terapêutica no Sistema Único de Saúde (SUS) está apenas iniciando.

Para que esse movimento ganhe corpo é necessária a presença de cada um dos 15 mil homeopatas, representantes de farmácias e laboratórios homeopáticos de todo o país.

Voluntários e simpatizantes também podem colaborar com a campanha “Homeopatia Direito de Todos” distribuindo folhetos informativos ou organizando caminhadas para colher assinaturas para o abaixo-assinado.

Faça contato com a ONG, na Rua Siqueira Campos 115, sobrado, em Copacabana, Rio de Janeiro. Ligue para (21) 2255-9190 ou envie e-mail (semelhante@semelhante.org.br).

Qualquer pessoa de qualquer parte do país pode preencher o formulário do abaixo-assinado que se encontra no site www.semelhante.org.br

quinta-feira, outubro 25, 2007

Tecendo o Fio do Destino


“Destino?

Agulha no palheiro

onde o homem se procura

O tempo inteiro”

Lindolfo Bell



Cada um de nós nasce com um destino, não como um livro previamente escrito em que cada ato nosso está previsto, mas como uma missão a nós confiada. Isto faz com que a vida tenha um sentido e, muitas vezes, sofremos com angústia ou depressão por não percebê-lo claramente. Os fatos de nossas vidas estão aí para que encontremos o Fio do Destino que, junto com o nosso livre arbítrio, tece os acontecimentos tanto no nosso mundo interior quanto na nossa vida nas comunidades em que vivemos.

Este curso tem o objetivo de buscar o fio do destino de cada um, desembaraçá-lo, tecê-lo de forma diferente, mais confortável, mais de acordo com o sentido que queremos dar para nossas vidas. Para isso trabalharemos com fatos de nossas próprias vidas. Este trabalho será feito com palavras e arte, como aquarela, modelagem em argila, tear, desenho, contos de fadas, vídeos, teatro, etc. Ninguém precisa ser artista para participar, é claro.

Muitas das questões que nos colocamos hoje são percebidas de modo diferente quando as situamos no contexto mais amplo da vida toda. A troca de experiências de vida num grupo é enriquecedora e suaviza os sentimentos ligados a essas experiências.



O curso será coordenado por Marcelo Guerra, Médico Homeopata, Terapeuta Biográfico em formação. Terá a duração de 10 encontros mensais e será realizado no Instituto Gaia, à Rua Almirante Alexandrino, 2495A, Santa Teresa, Rio de Janeiro. O primeiro encontro será em 24 de novembro de 2007, de 8:30h às 17h. O investimento para cada módulo será de R$80,00 (já incluído o material). As vagas são limitadas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (22) 9254-4866 ou pelo e-mail marceloguerra@terapiabiografica.com.br


Cada um hospeda dentro de si uma águia. Sente-se portador de um projeto infinito. Quer romper os limites apertados de seu arranjo existencial. Há movimentos na política, na educação e no processo de mundialização que pretendem reduzir-nos a simples galinhas, confinadas aos limites do terreiro. Como vamos dar asas à águia, ganhar altura, integrar também a galinha e sermos heróis de nossa própria saga? (Leonardo Boff)

quarta-feira, agosto 22, 2007

Site para encontrar torrents volta ao ar

Ontem o tracker Suprnova voltou ao ar, agora sob o comando da mesma equipe que mantém o Piratebay no ar. Ainda numa fase beta, criaram um novo forum, com a união dos dois, chamado Suprbay onde podem ser tiradas dúvidas.

terça-feira, agosto 21, 2007

Skype compartilha vídeos

Skype estréia recurso para compartilhar vídeo, Felipe Zmoginski, do Plantão INFO - SÃO PAULO - A nova versão beta do Skype 3.5 exibe novo recurso que permite aos usuários compartilhar vídeos. [...]

terça-feira, abril 03, 2007

A Câmara de Vereadores em Nova Friburgo...


*Cláudio Damião Santos Pereira
Na eleição para a câmara municipal em 2004, a população friburguense, cansada que estava das figuras esclerosadas que dominavam a política legislativa local, decidiu renovar um pouco na escolha de novos representantes para compor o legislativo.

De imediato ficou, no imaginário geral, a impressão de que houve uma total mudança. Pura ilusão! Mudaram pessoas na ocupação dos cargos, mas não houve a mudança que se esperava na concepção, na conduta, na forma de fazer política. Isso continuou tal e qual era antes. O que temos é uma câmara atrasada, corporativa, assistencialista, clientelista, nepótica. Saíram algumas figuras desgastadas, que deram lugar a novas figuras. Porém, a maioria, comprometida com as mesmas práticas antigas. A forma arcaica de fazer política continua nos dias de hoje. Não precisa ir longe para ver que isso ocorre com a maioria de seus representantes. Votam esquecendo-se dos interesses maiores da sociedade. Poucos se salvam desta praga que grassa a vida pública.

Veja, por exemplo, o caso do vereador que foi acusado de fazer parte de um esquema de concessões fraudulentas de benefícios do INSS. Segundo informações divulgadas pela imprensa, o rombo gira em torno de R$ 200 milhões. O vereador esteve preso e hoje goza de liberdade. Sequer foi julgado por seus pares por quebra de decoro parlamentar.

Outra questão emblemática é a proposta de redução do repasse de verbas para a câmara, que apresentamos no final do ano passado; nenhum vereador se dignou a encarar esta briga. O número de vereadores foi reduzido de 19 para 12, mas as verbas aumentaram, até agora, em cerca de 45%. Como se vê, a atual câmara recebe bem mais em repasse de receita do que a anterior. Uma questão que pode ser legal, mas é, sem dúvida, imoral. Bem como é imoral, embora alguns afirmem que é legal, o emprego de parentes para os cargos em comissão na câmara e na prefeitura.

Em novembro do ano passado, nós ingressamos com uma proposta de alteração na Lei Orgânica, com o objetivo de impedir este absurdo. A proposta foi abraçada pelo vereador Marcelo Verly, que apresentou o projeto, mas, infelizmente, ele rapidamente foi sepultado na Comissão de Constituição e Justiça pelos vereadores Vanor Cosme, Manoel Martins, Alexandre Cruz e João Thurler, que alegaram que a matéria é inconstitucional. Embora a Constituição deixe claro, no seu artigo 37, que os Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade (...), o que me parece ser o caso em tela. Com os votos de Cigano, Balbi, Alexandre Cruz, Vanor Cosme, João Padeiro, Manoel do Pote e Mário Folly, o projeto não foi analisado em plenário.

Empregar parentes na câmara não tem nada a ver com a desculpa de que se está indicando pessoas de confiança, como afirmam. Tal atitude está, na verdade, ligada ao compadrio, com o favorecimento de parentes próximos e a obtenção de renda familiar às custas do erário público. Pode até ser “legal”, como dizem os vereadores em sua contestável defesa. Mas é tremendamente imoral, sem sombra de dúvida.

Outras questões que gostaria de ver serem discutidas pelos vereadores são a redução das férias parlamentares de 90 para 30 dias, sessões extras sem jeton, câmara itinerante, tribuna livre, entre outros assuntos. Não creio que isso irá ocorrer. Não guardo ilusões. Mas não custa pressionar.

A cidade precisa de agentes políticos que se empenhem para o seu desenvolvimento, pela geração de emprego, pela qualidade na saúde pública e na educação pública, pelo bem estar dos cidadãos.

Pelo visível estado de abandono em que está a cidade, pela falta de ações e iniciativas que busquem a sua rápida recuperação do traumático pós-chuva, pela pobreza da agenda política colocada, fica a impressão, seguindo o ditado popular, de que os nossos representantes estão esperando o mundo acabar em barranco para morrerem encostados.



*Presidente do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo

Caixa de texto: Publicado no jornal 04/07AlternativaE-mail: claudiodamiao@pop.com.br

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A Responsabilidade É Nossa!!!!


ONU afirma que mudanças climáticas são causadas pelo homem
Artigo: Não há mais tempo a perder
Publicada em 02/02/2007 às 07h23m
André Trigueiro*
Não há mais tempo a perder. Estamos todos juntos no mesmo barco e inúmeros indicadores apontam na mesma direção: se não dermos a devida resposta à
ameaça que nos espreita, ficaremos marcados na História como a civilização que teve a competência de diagnosticar a maior de todas as tragédias ambientais
sem que isso tenha justificado uma ampla mobilização da sociedade. Esta é a razão pela qual muitos estudiosos classificam o aumento do aquecimento global
como um problema ético: sabemos que ele existe, nos reconhecemos como agentes do processo e, ainda assim, pouco ou nada fazemos no sentido de enfrentar a
situação com a seriedade e o senso de urgência que o assunto requer.
É chegado o momento de reconhecer o inimigo para enfrentá-lo com consciência e determinação. Ele é invisível, não tem cheiro nem faz mal à saúde, mas
quando aglomerado aos bilhões de toneladas na atmosfera por conta da queima progressiva de petróleo, gás natural e carvão (as queimadas no Brasil também
entram na conta e, no caso específico da Amazônia, a área verde que virou fumaça no ano passado equivale em tamanho a Israel), tem o poder de mudar o clima,
o ciclo das chuvas, o nível dos oceanos e a expectativa de vida de inúmeras espécies e ecossistemas. Jamais experimentamos algo parecido numa escala de
tempo tão curta.
O dióxido de carbono (CO2) aparece no Tratado de Kyoto como o mais importante gás de efeito estufa, mas para que o acordo internacional saísse do papel
foram definidos prazos e metas bastante modestos: uma redução média de 5% nas emissões de gases de efeito estufa dos países desenvolvidos entre 2008 e 2012
em relação às emissões destes mesmos países ocorridas em 1990, quando o mínimo necessário seria de 60% (ou mesmo 80%, como aponta o recém lançado
Relatório Stern, assinado pelo ex-Economista Chefe do Banco Mundial). Mesmo reconhecendo que a substituição dos combustíveis fósseis por outras fontes de
energia deva acontecer de forma gradual, o ritmo das mudanças é extremamente lento. O mérito de Kyoto é dar início a um processo que, embora já tenha
produzido alguns resultados importantes, se arrasta em passo de tartaruga enquanto as mudanças climáticas vêm a galope.
Tão importante quanto o comprometimento dos países em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, principalmente de CO2, são as iniciativas individuais.
O que cada um de nós está disposto a fazer nesse sentido? Que pequenas mudanças podemos aplicar em nossa rotina em favor desse objetivo maior? Mudança é
uma palavra que assusta, e que muitos de nós associamos de imediato a sacrifício. Nem sempre é assim. Avalie o que lhe convém, considerando que cada
tonelada a menos de carbono na atmosfera faz toda a diferença.
Vejamos alguns exemplos do que é possível fazer hoje em benefício de um futuro menos traumático:
1) Transportes: Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores emissões de CO2 têm origem nos automóveis. Sempre que possível, deixe o carro na
garagem e privilegie o uso de transportes públicos. Estima-se que 80% de nossos deslocamentos diários se resolvam num raio de 5 km de distância, o que abre
caminho para o uso de bicicletas ou pequenas caminhadas. Se o uso do carro for inevitável, prefira os modelos flex rodando a álcool, com motores sempre
regulados, pneus calibrados e aceleração baixa.
2) Árvores: As espécies vegetais estocam carbono nas raízes, troncos, galhos e folhas. Quanto mais árvores plantarmos, mais carbono estaremos retirando da
atmosfera. O inverso é rigorosamente verdadeiro: para cada árvore destruída haverá mais carbono agravando o aquecimento global.
3) Construções inteligentes: Luz e ventilação naturais demandam um consumo menor de energia. Certos materiais usados no revestimento de casas e escritórios
também ajudam a conservar a temperatura ambiente de modo agradável, sem a necessidade de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado.
4) Consumo: Um estilo de vida consumista acelera a exaustão dos recursos naturais. Todos os produtos demandam matéria-prima e energia para existir. Quem
consome muito além do necessário agrava a pressão sobre os estoques de energia, com reflexos importantes sobre as emissões de CO2. Apesar do que apregoam
muitas campanhas publicitárias, é possível ser feliz com menos, bem menos do que aparece nos comerciais.
5) Neutralizando as emissões: A Copa do Mundo da Alemanha foi a primeira da História a neutralizar totalmente as emissões de gases estufa. Com precisão
germânica, a organização do evento estimou a quantidade de CO2 emitida pelos 3 milhões de visitantes e investiu em projetos que retiraram da atmosfera a
mesma quantidade de gás estufa. Isso já está sendo feito no Brasil e no mundo em shows de música, lançamentos de livros ou CDs. Para muitos empresários,
esse é um excelente filão de negócios na direção da responsabilidade social corporativa.
Seria ótimo se a responsabilidade de reduzir as emissões de CO2 fosse apenas dos países. Mas estamos sendo convocados individualmente à ação enquanto
consumidores, eleitores e habitantes de um país em desenvolvimento, categoria apontada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU
como bastante vulnerável às turbulências que vêm por aí. Podemos e devemos nos antecipar a isso.
André Trigueiro é jornalista da Globo News e da CBN, pós-graduado em Gestão Ambiental na COPPE/UFRJ, criador e professor do curso de
Jornalismo Ambiental da PUC/RJ e autor do livro "Mundo Sustentável", da Editora Globo.
(Artigo publicado em 21/11/2006 no jornal "O Globo")